quinta-feira, 25 de julho de 2019

Viagem ao centro de mim mesmo...

 Às vezes penso que não sou desta galáxia, talvez um ET perdido e vogando no espaço como um judeu errante. Senão vejamos:
Já fiz um poema elogiando Assunção Cristas e outro elogiando Jerónimo de Sousa.
Já elogiei Marcelo Rebelo de Sousa e já o critiquei.
Já coloquei nos píncaros Rui Rio e já o censurei.
Enfim, não consigo endeusar ninguém. Quando elogio, faço-o por imperativo moral por dever de consciência. quando critico,   afino pelo mesmo diapasão.
Serei incoerente, cata-vento, sem carácter,  ingrato?
Não, eu não tenho preconceitos. Nem de ideologia, nem de raça, nem de credo religioso, nem de  opção clubística.
Quando Luis Figo saiu do Barcelona para o Real Madrid choveram críticas medonhas e chamaram-lhe os nomes mais  feios. Achei natural num profissional, achei humano, realista, sensato.



Agora tenho um amigo que perante a iminência da transferência (já abortada) de Fábio Coentrão para o F. C. do Porto me disse: «se ele assinar pelo Porto deixo de ser sócio» 
Como é possível ser tão fanático! Perguntei-lhe: «Se o João Felix em vez de ir para o Atlético de Madrid fosse para o Porto, tomarias igual atitude?»
Respondeu-me que não. 
Então qual o mal, és anti-Coentrão? 
Disse-me que ele era um ordinário, um oportunista, um homem sem sentimentos, um  catavento... João Félix não!
Eu retorqui que o achava um profissional com garra, com determinação, com empenhamento. Tão só.



Freitas do Amaral saiu do CDS e tornou-se independente. Depois fez uma aproximação  ao PS. Qual o mal, qual a questão moral?  
Durão Barroso saiu do MRPP e passou para o PSD, depois teve uma ascensão meteórica em vários patamares. Alguém acha estranho?

Só autênticos mentecaptos, com o jugo partidário ou clubístico sobre os seus ombros , incapazes de observarem  a realidade com um sentimento plural e abrangente, é que criticam aqueles que mudam de clube, mudam de partido .









Em tempo de eleições na Póvoa d e Varzim, o então padre VAZ,  fez divulgar este slogan; «Quem muda Deus ajuda!»
Ele era CDS e bandeou-se para o lado do PSD. Tanta gentinha repetia até à exaustão esta cassete sem um resquício de lógica, e nem sequer aprofundava o conteúdo intrínseco dela. O aproveitamento da Deus, para fins eleitoralistas e politico-partidários. Um abuso, um escândalo!
Então perguntei a uma pessoa, muito crente na figura do padre Vaz: «Por essa lógica quem mudar do PSD para o PS também será ajudado por Deus!»

A pessoa em causa sorriu e comentou: «Quem inventou a frase foi o Padre Vaz é a ele que devemos seguir, não aos outros...»

Ridículo, patético, anedótico. Mas será que eu é que estou errado?! Será que este mundo não é para mim? 

Enfim, como diria o outro : «O meu mundo não é deste reino!» 

Às vezes, meditando nestes contrastes, me interrogo se não serei um ET! ?

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