domingo, 29 de janeiro de 2017

Democracia & Partidocracia


Todos nós achamos que a democracia vive com partidos políticos. Alguns, por serem contrários aos princípios constitucionais, foram banidos. Contudo a democracia não pode esgotar-se nos partidos. Afunilar a democracia e deixar que os partidos controlem tudo e todos poderá degenerar em partidocracia.
Por vezes, em casos extremos, o partido torna-se uma espécie de deus. Temos então a partidolatria.
Vemos por vezes cenas pouco recomendáveis. Os partidos a pressionaram os decisores políticos de forma bizarra submetendo-os a práticas que redundam, mais tarde, em compromissos e a ligações perigosas. Um decisor público não pode ser marioneta de um partido, não pode andar a reboque de tentáculos que nem  sempre visam o bem comum, mas, pelo contrário, o interesse de lóbis e grupos de pressão pouco recomendáveis. Tem-se visto isso vezes demais!

Assistimos neste momento em Vila do Conde a negociações (cozinhadas fora dos olhares públicos)  entre o PS local e a futura candidata (?) a presidente de câmara dra Eliza Ferraz.
Em tempos dizia-se que ela seria um pau manado de Mário de Almeida.  Mais tarde constatou.se que nem sempre as suas opiniões coincidiam. Logo alguns aproveitaram para lançar a acha da divisão para a labareda da intriga. Ter opiniões divergentes até é saudável. O "bem"   e o "mal" não existem em estado puro, Eu posso admitir que é mais prudente e economicamente saudável fazer as infraestruturas de saneamento básico em todo o concelho, mas outros poderão pensar que isso é "mau", muito melhor será fazer festas de arromba, criar corridas de automóveis, touradas ou piscinas. O povo decidirá a seu talante.
Tudo deve ser relativizado e ninguém é detentor da verdade, da bondade ou da sabedoria.
Creio que a disciplina partidária por vezes é um travão. O conceito de democracia deverá ter outros parâmetros, e outras balizas , Nem sempre se deve venerar o deus-partido. Mudar de partido para não mudar de princípios é por vezes muito frequente. Recordo a questão da descentralização. Muitos partidos tiveram uma posição e depois mudaram-na. Os cidadãos deverão acompanhar os partidos nessas cambalhotas? Sei bem que por vezes os cidadãos mudam de partido para não terem necessidade de mudar de opinião.

Oxalá a democracia se construa na base de princípios éticos e deontológicos e não na base de negociatas ao  sabor da oportunidade...

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