quarta-feira, 12 de abril de 2017

DEUS-TAMPOLIM

Desde tempos remotos que Deus tem sido usado com vários fins. Desde finalidades políticas, até comerciais, passando por objetivos de natureza promocional. ´E uma fachada, um caça níqueis, um isco. Criticamos os excessos e lamentamos que a humanidade tenha sido vítima de atrocidades cometidas em nome de Deus. Há muito oportunismo por trás da utilização de Deus. Há uma similitude notória entre o período das Cruzadas e  esta mortandade iniciada pelo DAESH (alegado Estado Islâmico), muito embora  estes excessos serem  incomparáveis. Contudo, desde o político paroquial que anda de sacristia em sacristia, de procissão em procissão só para caçar votos e branquear  a imagem tantas vezes minada por administração danosa, tudo isso é susceptível de ser enquadrado no mesmo contexto. tudo são apropriações abusivas da religiosidade popular para alcançar fins  não visíveis a olho nu. Desde o tempo de Bocage em que ele desmistifica (em poesia satírica) uma beata que dizia prever o dia da sua morte, corroborada por um frade, grande orador sacro do alentejo, que viria a ser desmascarada pois à hora da morte tudo se precipitou, até ao monge que em Coimbra fazia injectar sangue de pomba nos olhos de uma imagem sagrada, enfim, o embuste anda de mão dada com a credulidade popular. Os aproveitadores são imensos. Há que usar o chicote de Jesus para desmascarar estes  que se colam beatificamente a Deus para colherem dividendos iníquos.

DEUS TRAMPOLIM

Teocracias tolas, terroristas
Vão fazendo sangrar a humanidade
Dizem que Deus apoia a mortandade
Loucos da fé, obscenos belicistas.

À sombra de um profeta, do corão,
Usados, deturpados, convertidos;
Ao fundamentalismo submetidos
Espiral de terror, não é islão!

A ambição é matriz desta cruzada
Só megalomania dementada;
Deus, apenas pretexto, um guião.

Deus, apenas bandeira ensanguentada
Deus, ópio e alibi, encenação
Do mundo em permanente convulsão|!

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