quarta-feira, 6 de setembro de 2017

PARÁBOLA DO POLÍTICO ESPERTO


Ele, o político esperto, comprou o manual e usou-o com êxito. Lá dizia que para conduzir o asno-votante era preciso criar-lhe expectativas. Depois era só saber geri-las. Prometia, fazia os seus acólitos prometerem coisas, e o asno-votante, olhando fixamente para a frente, ia levando o político esperto ao poder, docilmente. Começou no Brasil com um político esperto.
A coisa teve êxito retumbante. Em Portugal,  em Gondomar, o político esperto comprou o tal Manual de  Psicologia Barata e aplicou-o com mestria.   Substituiu a cenoura por electrodomésticos  e foi um  êxito retumbante.

Em Vila do Conde, o político esperto foi mais longe ainda. Disse aos seus acólitos:« Nem é preciso dar cenouras, basta prometer...»

E assim fez com êxito assinalável. A "cenoura" eram piscinas por todo o lado. Prometia, prometia e, depois, dizia aos acólitos: «Vamos repetir a dose porque o asno-votante está programado para olhar só em frente. Já lhe meti  naquela cabeça dura que não devia olhar para trás, para o passado. Só podia  olhar em frente».

O êxito foi retumbante. O asno-votante cumpriu cegamente as instruções e o político esperto foi docilmente transportado ao poder.

Até que um dia, um asno-votante leu a PARÁBOLA DO POLÍTICO ESPERTO!!!

Mostrou-a aos outros e eles começaram a olhar para o passado, viram a figura triste que fizeram, comidos por lorpas pelo político esperto. E comentaram entre si: «Vamos ver qual a próxima cenoura e vamos pregar-lhe uma partida»

E  assim foi. O político esperto que era  tratado com veneração e total devoção como um profeta, reuniu os apóstolos e disse: «Vamos agora substituir a cenoura. Vamos arranjar um porco no espeto. E muita cerveja a acompanhar. O asno-votante vai cair outra vez»

Contudo, o asno-votante já deixara de o ser.  Após ter lido a "PARÁBOLA DO POLÍTICO ESPERTO» ficou de  pé atrás. Foi ao porco no espeto  sim, mas não comeu nada. Usou as brasas para queimar o Manual de Psicologia Barata e deu uma grande tareia no político esperto, esse falso profeta que os ludibriava com mentiras,   e nos seus apóstolos, tal como Cristo fizera aos vendilhões do templo, em Jerusalém.

 
 
 
 



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