quarta-feira, 27 de setembro de 2017

METAMORFOSE



Ele anda em campanha com aquele blusão amarelecido pelo tempo que foi buscar ao baú, para se adaptar, qual camaleão, ao meio envolvente. Não, não fala nas férias de luxo, nos casinos, nos cruzeiros; não,  vai aos escaninhos da memória e fala do tempo em que era pobre e precisava de ganhar a vida honestamente.
Agora não, dá a mão ao grupo que o suporta (sustenta) e ele retribui com a generosidade que se impõe. Não admite que duvidem da sua pobreza, do seu espirito de missão, das dificuldades financeiras que teve de suportar para se manter no cargo ao longo dos anos. Não fala de fome porque parece mal, mas usa um carro utilitário, sem dar nas vistas, calça de ganga, que foi buscar ao baú. Enfim, fala dos tempos idos onde passou privações e  deixou quando lhe saiu a sorte grande eleitoral...
E aquela massa bruta e acéfala acredita e até tem pena da imagem habilmente engendrada pelo seu espírito habituado a todo o género de simulações e de habilidades circenses. Sim, no circo da política é o rei.  Um digno sucessor de "O Principe" de Maquiavel. Até quando? até quando os  que gravitam naquela corja de hipocrisia e de farsa permanente o levarem aos ombros... Alguns começam a ver que "o rei vai nu"...

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