quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O acontecimento do ano!!!





 
 

Não, não é a vinda do Papa Francisco ao santuário de Fátima, nem as calamidades naturais que se abateram sobre o nosso país (fogos e seca prolongada), nem mais umas distinções para Cristiano Ronaldo o nosso melhor futebolista de sempre, que são o episódio do ano.

O acontecimento do ano foi, na minha modesta opinião, a acusação formal no âmbito da chamada "Operação Marques".
Ela é a prova de que a justiça, muito embora criticada longa e  legitimamente durante anos, pode erigir-se com dignidade, no pântano das governamentalizações e dos conluios subterrâneos. Ela prova que, quando servida por gente séria e honrada (sem desprimor para os restantes,  cumpre destacar o juiz Dr Carlos Alexandre e a Procuradora Dra Joana Marques Vidal) pode e deve seguir em frente e não amochar aos poderes financeiros e/ou politicopartidários que a procuram estrangular e capturar.

Uma comunicação social,  por vezes serviçal e enfeudada  quis desonrar a investigação e os seus principais agentes. Sabemos que  o engºJosé Sócrates manipulou a seu bel prazer o chamado Quarto Poder. Sabemos bem  que nomeou para postos chaves (ou sugeriu a nomeação como se prova pelas escutas) gente de sua inteira confiança. Ele ainda tem no aparelho judiciário e no tecido mediático homens de mão capazes de tudo.
O país abriu os olhos de espanto. As homenagens surgiam como cogumelos em manhã chuvosa, e os turibulários, quais brigada do reumático do tempo da outra senhora, apareciam, dobrando a cerviz com a gratidão e a cumplicidade óbvias, a clamar com exuberância e indignação contra a justiça justicialista que perseguia um homem imaculado que queria ser presidente da República e  que foi preso só por isso...exclusivamente por isso!
E que era tudo um "romance", uma "cabala", um "embuste", uma vingança fruto da inveja mesquinha, do ódio e do ciúme, por uma personalidade lucilante, capaz de escrever livros com muita saída e  fazendo até  pasmar Minerva e os deuses do olimpo com a sua aura messiânica, o seu encanto carismático, o seu génio criativo, a sua eloquência verbal a recordar um Demóstenes ou um Sófocles.

Um juiz com personalidade cinzentona,  diziam,  com asco, profundamente invejoso do seu sucesso junto das mulheres, da sua capacidade realizadora, da sua performance literária, do seu ecumenismo e capacidade para estreitar relações de amizade com os mais poderosos líderes mundiais, vestia a pele de algoz implacável. Um juiz assim e assado, que deveria ser afastado por isto e por aquilo, mas que se manteve sereno e cordato, indiferente aos dichotes mediáticos, às perseguições familiares que chegaram ao ponto de escrutinarem os amigos e os restaurantes, as contas bancárias e até os empréstimos contraídos para satisfazer dívidas pessoais.

O dono disto tudo, o  tal banqueiro Dr Ricardo Salgado, que apadrinhava escritores e treinadores, pintores e certa pseudointeletualidade que cirandava na babugem dos poderes, foi-se descobrindo aos poucos, através de ligações e concatenações diversas, funcionava como o corruptor-mor do reino, o todopoderoso aliciador de políticos e de empresários alçapremados ao pódio por forças ocultas escondidas nalgum templo maçónico,  ou endeusadas por uma comunicação social faminta de benesses e sempre vergada aos poderes financeiro e político da hora passante.
Cleptocracia e plutocracia numa simbiose perfeita!

Tudo foi deslindado e passado a acusação formal com cerca de quatro mil páginas recheadas de ligações comprometedoras e bem fundamentadas. As escutas e os documentos que foram surgindo, tarde e a más horas diga-se em abono da verdade, pois as cartas rogatórias demoravam a chegar,  e os suspeitos faziam tudo para evitar a transparência total, usando todos os meios ao seu alcance para protelar  e/bloquear essa procura da verdade material, foram o alicerce, o  betão que plasmou todo o edifício acusatório. Surgiram documentos que fizeram luz (se não total, pelo menos parcial) sobre os esquemas e as engenharias financeiras subjacentes a tais manobras. Testas de ferro, fiduciários ocultos, agentes duplos e facilitadores de negócio, tudo surgiu à luz do dia perante o espanto, esse sim,  inesperado, de uma população aturdida com a grandeza do esbulho, com a complexidade das tenebrosas teias que se iam patenteando. 

Esta acusação poderá não ser confirmada na sua totalidade. Poderão cair alguns crimes, mas na sua maioria, pelo que se vai vislumbrando,  não cairão e será muito difícil aos suspeitos confirmarem a sua tese de "perseguição política", "inveja pessoal", "ciúme doentio", "cabala",  a não ser que surja alguma figura "politicamente grata" ou "fiel maçónico dependente" a destruir todas as provas e a deturpar todo o arsenal de dados obtidos com tanto esforço e tanta canseira. No reino das probabilidades tudo é possível.

 A cautela e a precaução nunca serão demais. Há que estar bem atento aos sinais.

Eis algumas provas do que se afirma acima;
Mário Soares
Ameaças de Sócrates ao Estado Português

Mário de Almeida incensando Sócrates

Sócrates e José Rodrigues dos Santos

José Eduardo Moniz ataca Sócrates (caso Freeport e tratamento da TVI)

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