Meu caro senhor Júlio Feliz, recebi o seu pedido de publicação, ao abrigo da lei, mas não vou fazê-lo. O senhor tem uma carta estranhíssima, deve ter sido manipulado por forças tendenciosas vindas do exterior. Sim, só do exterior, pois do interior era impossível Julgo até que o senhor não está bem, não atravessa um período fácil. Não está como o conheci: obediente, servil, bem educado.
Sempre conduzi o rebanho com mão de ferro. Ovelha que se tresmalhe, as outras não precisam de saber...
Agora parece possesso de alguma ventania reviralhista e quer sair da "Organização".
Sabe bem que em tempo de guerra (guerra eleitoral) a censura é permitida para não desmotivar as tropas; é isso que farei. Notícias "boas" sim, publico, as "más", jamais.
O senhor Júlio Feliz sabe bem que me chamo Maquiavel e isso não perturba o eleitorado que sempre viu em mim um vencedor.
O que importa é o resultado final, os fins, não a forma como foram obtidos, os meios usados. É pragmatismo.
Se para melhor usar a nossa liberdade for preciso retirar liberdade aos outros, retira-se! Já fiz isso muitas vezes. Tem resultado sempre.
O povo não percebe nada de éticas, deontologias, princípios nobres, o que o povo quer é obter resultados práticos, saber quem manda.
Não quero ser longo. Estou-me borrifando para a lei, para a moral e para a verdade. Isso não dá votos, só dá para discursos pomposos.
Não publicarei o seu desmentido pois iria criar a falsa convicção nos leitores de que somos mentirosos, falsos. O que daria uma má imagem ao nosso jornal. Isso jamais acontecerá!
Resumindo e concluindo: trate-se , tome a medicação certinha e mais tarde conversamos. Até lá, desejo-lhe rápidas melhores.
O DIRETOR (de facto)
Mário Maquiavel
Este "Mário Maquiavel" existe um pouco por todo o lado. Não é exclusivo de nenhuma cidade, vila ou freguesia. Está urbi et orbi...
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