quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Voando sobre um ninho de sociopatas!

Há filmes que fizeram história e deixaram marcas indeléveis no nosso inconsciente coletivo. Agora, ao analisar as peripécias da Operação Marquês vejo-me a considerar o papel do Juiz Carlos Alexandre como alguém voando sobre um ninho de cucos (ou pior:sociopatas). Sim, são pessoas sem apego a princípios morais ou éticos, que fingem e simulam ter sentimentos (honra, carisma, nobreza de carácter) para melhor manipularem a generalidade das pessoas. Certos actos são censuráveis, independentemente de se conseguir ou não conotá-los com crimes no sentido jurídico do termo; então, esta criminalidade moderna (vulgo colarinho branco) é de molde a lesar toda a sociedade de forma arrasadora. Os paraísos fiscais e toda a parafernália de instrumentos susceptíveis de engendrarem danos ao erário público (ou a empresas) é algo de patológico em termos económicos, financeiros, jurídicos. Danos muito graves são perpetrados no tecido económico e financeiro e o rasto é subtilmente escondido de forma a evitar que os veros responsáveis sejam descobertos e condenados. Usam-se testas de ferro, diversificam-se veículos financeiros, plantam-se contas e mais contas em paraisos fiscais e fazem-se circular esses fluxos de forma exaustiva de forma a não deixarem rastos visíveis. A tarefa de perseguir essas pistas é diabólica e causa problemas de vária ordem. Lavar dinheiro é já uma tarefa a exigir alta sofistificação. As engenharias financeiras são malefícios desta era moderna em que a honra, o escrúpulo, a seriedade foram lançadas às urtigas e em seu lugar brotou essa erva daninha que, grosso modo, se designa por chicoespertismo...

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