terça-feira, 8 de agosto de 2017

Carta aberta







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Exma Sra  Dra Elisa Ferraz:;

Sabe bem que o costume não faz lei, mas tem muito peso nas nossas sociedades. Toda a gente gosta de respeitar os costumes, as tradições, os hábitos profundamente enraizados. O nosso povo, gosta muito de respeitar os usos e costumes, muito embora, por vezes, se deixe escravizar pelas tradições... Isso é outra música.
Eu, sou um espírito rebelde, iconoclasta, por vezes, não sinto tanto apego a esses comportamentos profundamente enraizados no ego das populações.

Mas eu sou eu. Deixei de fumar um dia e nunca mais fumei. Deixei de ir ao futebol e nunca mais fui. Enfim sou um pouco radical, confesso.
Não me deixo escravizar por hábitos ou tradições por muito enraizadas que sejam. Enfim, não me deixo narcotizar com facilidade. Vou a um casamento e até posso fumar um charuto mas depois não fumo mais...

Vem este introito para lhe pedir um favor. Confessou-me há dias um amigo que o Engº Caetano, seu rival na corrida autárquica, anda profundamente abatido por sua causa.
Não, ainda não entrou em depressão, mas começa a manifestar certo nervosismo típico da  abstinência. Dizem os médicos que a síndrome da abstinência tem reflexos no comportamento quotidiano e pode afetar a rentabilidade laboral.

 Ora, nesse sentido, e porque quero todos os que garbosamente ocupam um lugar de relevo no executivo municipal se encontrem na plenitude das suas capacidades, venho, respeitosamente, solicitar a V. Excelência se digne continuar a mandar o engº Caetano a algumas procissões  pelas paróquias de Vila do Conde. Ele precisa, anda carente delas.
É  da mais elementar justiça, do mais elementar bom senso ,   enviá-lo com urgência a essas cerimónias que alguns apelidam de "banhos de multidão", mas que fazem bem ao ego, estimulam a autoestima e fazem alguns seres humanos sentirem-se mais próximos daquele patamar espiritual a que os psiquiatras denominam de sublimação.

Alguns dizem que a Dra Elisa tem medo que ele colha protagonismo e a ultrapasse em popularidade. Não creio que a Senhora, que já teve a coragem de romper com o status quo da forma irrepreensível como o fez, tenha agora medo de algo...

Assim, o respeito pelo costume é muito bonito (já não falo no direito consuetudinário,  que é e diferente..-.) e , na minha modesta opinião,  penso assim;  seria uma atitude bem acolhida por todos que não querem ver um excelente funcionário a sofrer angústias e stresses por motivo tão pouco relevante. Creio firmemente que este apelo não cairá em saco roto e veremos dentro em breve o Sr engº António Caetano respirando fé e felicidade numa procissão...
 

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