domingo, 29 de outubro de 2017

Cardeal polémico...

D. Manuel Clemente o cardeal patriarca de Lisboa vem dizer que Martinho Lutero é um fonte de inspiração para a Igreja Católica. Isto, se fosse dito há cinquenta anos, seria um escândalo; hoje, com os novos ventos regeneradores, é perfeita e pacificamente aceite sem contestação. De facto a figura d e  Lutero, um dissidente, que teve as suas razões para o   ser, começa a ser  branqueada e até enaltecida pois foi dos primeiros a ousar criticar as cúpulas da IC embriagadas pelo vil metal e pelo luxo. Entre nós o próprio Gil Vicente, um pedagogo extraordinário, um homem de bem, um desmistificador por excelência viu os seus últimos dias enegrecidos  por causa da simpatia manifestada em Amsterdão pelas ideias regeneradoras de Martinho Lutero e Calvino.

Hoje em dia, até Eça de Queiroz, um escritor que continua no "Index" da IC , poderá ser fonte de inspiração (dentro de certos limites, é óbvio) pois  contribuíu  para desmistificar um universo pútrido que funcionava adentro de uma instituição que se autoproclamava defensora de todas as virtualidades,  mas que, na prática, vamos sabendo isso agora, paulatinamente, detinha dentro de si o gérmen do pecado, da criminalidade e do abuso de poder no patamar mais elevado.
 Por vezes, certas figuras, consideradas semideuses, à custa de um culto de personalidade artificialmente criado por púlpitos mediáticos e pela omnipresente corrupção, são de facto, criaturas medonhas, sem um pingo de ética, sem um resquício de vergonha na cara e capazes dos  atos  mais hediondos. Mais tarde, quando o seu poder começa a diminuir, a sua influência se esvai,  e surgem, quais icebergues, as montanhas de delinquência e de criminalidade que estavam emersas, sob a conivência de mediatismos artificiais, todos ficamos estupefactos como foi possível manter por tanto tempo as aparências..

Nomes? São tantos e tão óbvios que não é preciso citar. A nível nacional e internacional os escândalos surgem em catadupa. A própria IC se dá conta disso intramuros.

Preciso é ter o bom senso de admitir que todos somos potencialmente pecadores, potencialmente diabos, mas que, todos gostamos de surgir aos olhos da turba, como anjinhos imaculados. Todos, sem exceção. Incluindo papas, cineastas, políticos, banqueiros, autarcas, professores, atletas.

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