quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

E esta, hein?!!!



A senhora ministra da justiça veio a público divulgar que o mandato da senhora Procuradora Geral da República não seria renovado em outubro próximo!
O país ouviu esta declaração de propósitos governamentais e interrogou-se: será normal que o governo se pronuncie com tanta antecedência?
Afinal a senhora ministro veio a público esclarecer que não é decisão governamental mas o seu parecer pessoal!
Ora, a gente interroga-se com razão: havia necessidade de dizer isto, nesta hora, em público?!
É óbvio que não. Tem implicações diversas e poderá visar (falo em termos probabilísticos) uma guerra surda nos bastidores atirando para terrenos perigosos esta questão. A governamentalização da justiça, tantas vezes falada __ e ferozmente denunciada pelo jornalismo isento e lúcido__ no tempo de José Sócrates volta a desencadear uma inteligente e séria preocupação da parte dos jornalistas credíveis (VER AQUI) que vislumbram neste episódio, algo de preocupante. Será que vem aí  o tempo dos condicionamentos,  das intimidações implícitas ou explícitas, dos processos disciplinares aos magistrados menos  servis?!!! Será que a transparência começará a ser apodada de "devassa da vida privada", "srip tease", ou coisa análoga?!

Esta senhora ministra poderá não chegar a outubro (tal como o próprio governo) mas já vem à praça pública mostrar intenções e tomadas de posição, de forma canhestra, precipitada  e algo trapalhona..

Senhora ministra, não sou racista nem misógino, nada tenho contra as mulheres em sentido lato do termo, mas temo que a coisa comece a ficar preta para os seus lados...
E é pena porque a maioria dos portugueses começava a ter certa simpatia por si.
Há quem pense que está a tornar-se uma espécie de "testa-de-ferro" do regime angolano, por cá! Dói-me a Pátria!


1 comentário:

  1. Francisca Van Dunnem: Ministra de Justiça de Portugal ao serviço do regime de Angola
    O Presidente angolano João Lourenço entrou em conflito aberto com o Ministério Público português, liderado pela Procuradora-Geral Joana Marques Vidal. O diferendo tem origem no julgamento em curso de Manuel Vicente por corrupção, em Lisboa. O regime angolano pretende a transferência do processo para Luanda. O que é manifestamente impossível, porque em Angola Manuel Vicente goza neste momento de imunidade; e seria, muito provavelmente, mais tarde, abrangido por uma oportuna amnistia. Tem pois de ser julgado por corrupção em Portugal.
    Ora, no mesmo momento em que João Lourenço ameaça Portugal e exige a transferência do processo para Angola, em conflito com o Joana Marques Vidal que não permite (e bem!) que tal aconteça - a Ministra da Justiça Van Dunnem vem anunciar que a Procuradora-Geral de Portugal está de saída. Ou seja, João Lourenço pode "estar descansado", porque a actual Procuradora-Geral irá deixar de "importunar" o novo poder angolano. Francisca Van Dunnem, perante um conflito entre um Chefe de Estado estrangeiro e o Ministério Público português, não hesitou: de forma subserviente, colocou-se de cócoras perante o dirigente estrangeiro. Com esta atitude, indigna de um estado democrático, esquece a autonomia da Justiça num regime em que há separação de poderes. E -pior! - envergonha Portugal.
    Finalmente, note-se que Manuel Vicente é o ex-vice-presidente de Angola, cujo apoio Lourenço quer garantir. E recorde-se que Van Dunnem é de origem e família angolana, o que torna o caso muito mais grave. PAULO MORAIS in Facebook

    ResponderEliminar